sexta-feira, 5 de julho de 2013

+ PATRIMÓNIO: percurso pela memória industrial de Braga


Braga não é, nem nunca foi, uma cidade industrial, mas teve também o seu processo de industrialização. Esse processo, longo e demorado, deixou marcas significativas na economia da cidade e na sua própria fisionomia urbana. É o caso da área nordeste da cidade, local de grande concentração populacional a partir do século XVIII, e centro manufactureiro dos tradicionais ‘sombreeiros’, os fabricantes de chapéus, cuja importância comercial se sobrepôs às restantes actividades deste sector.
O surgimento de grandes indústrias de chapelaria ao longo do século XIX vem confirmar esta tendência. Salientamos as três maiores fábricas ‘a vapor’ que conseguiram singrar no tecido económico da cidade: “Taxa”, fundada em 1851; “Social Bracarense” cuja actividade se iniciou em 1866; e finalmente “A Industrial”, fundada em 1921.

Na sequência de um crescimento urbanístico acentuado ao longo das últimas três décadas, Braga viu desaparecer grande parte das suas históricas indústrias, para dar lugar a novos edifícios residenciais, que silenciaram a memória do passado. Chegou até nós, como último reduto da modernização, a Saboaria e Perfumaria Confiança, fundada em 1894, cujo processo de reabilitação se encontra actualmente em curso.

Se poderá parecer exagerado falar da existência de uma cintura industrial em Braga, é bem verdade que a concentração das quatro grandes indústrias da cidade, ao longo das actuais ruas D. Pedro V (outrora das Golladas) e Nova de Santa Cruz, condicionaram a vida dos bracarenses nesta zona da cidade, e lhe conferiram uma identidade cujas raízes continuam por decifrar. Num espaço de pouco mais de 300 metros de comprimento, estendiam-se os principais centros produtores de chapéus e sabonetes do nosso país, totalizando na década de 20 cerca de meio milhar de funcionários, que habitariam nas redondezas das fábricas e influenciariam o ritmo social da maior freguesia da cidade.
Por isso mesmo, a JovemCoop e a Braga + vão promover no próximo sábado dia 13 de julho mais um percurso patrimonial, neste caso para abordar a memória industrial de Braga. O ponto de encontro é às 09h30 no largo de Infias (estacionamento Pingo Doce), seguindo o percurso pelas ruas de S. Domingos, D. Pedro V, Nova de Santa Cruz, terminando o percurso nos Galos, após uma caminhada junto às águas do rio Este.
 
No final deste percurso haverá lugar a um almoço convívio no restaurante Expositor. Quem pretender inscrever-se pode fazê-lo para o email  fernando.melo.mendes@gmail.com.
 

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